A atualidade escolar tem sido marcada pelos tempos paradoxais, ambíguos e incertos, que são vividos, simultaneamente, em contradições permanentes, que se evidenciam entre modos esperançosos e inquietantes ou (des)esperançosos e quase alienados. Convivem lado a lado lógicas colaborativas a par de lógicas competitivas e mercantis. Perspectivas mais democráticas a par de propostas elitistas, meritocráticas, com múltiplas exigências aos/às professores/as e uma certa desvalorização social da profissão. No envolvimento e participação dos/as alunos/as há uma valorização de competências transversais a par de uma excessiva valorização das classificações e resultados académicos. Estas exigências paradoxais geram muito trabalho, burocracias e cansaço que parecem alterar rotinas, gerar mudanças e resistências dentro das escolas ou outros modos passivos, alheados e distantes (Sousa & Ferreira, 2024a; 2024b; 2024c; 2024d).
Neste olhar ao contexto escolar apresenta-se este relatório síntese, enquanto recorte de um trabalho maior de investigação, em que importa ouvir e compreender a voz dos/as alunos/as sobre a autonomia e a gestão democrática das escolas, bem como as suas formas e experiências de envolvimento, autonomia e participação no quotidiano e na vida das escolas.
Considerando uma população de 282 659 alunos/as a frequentar o ensino secundário em Portugal, em agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas públicas, com base nos últimos dados de 2021/2022, disponíveis no Relatório Educação em Números – Portugal 2023, é importante reconhecer e agradecer a participação dos/as 3494 alunos/as que responderam ao inquérito por questionário, disponibilizado e divulgado online.


Inês Sousa

Elisabete Ferreira


2025


28


978-989-8471-74-1


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