01-09-2002
01-09-2006
O Ensino Secundário rem adquirido, entre nós, nos últimos anos, uma crescente importância social. As reformas educativas, que vêm ocorrendo neste domínio, têm procurado construir a identidade deste nível de ensino.
No entanto, este processo de construção identitário é atravessado por um conjunto de clivagens entre diferentes prespectivas, nomeadamente entre as que, por um lado, situam o Ensino Secundário no prolongamento do Ensino Básico e, por outro, as que o situam num plano de subordinação ao Ensino Superior e/ou ao mundo o trabalho.
Estas Clivagens, que reflectem modos diferenciados de definir o Ensino Secundário como um bem comum, têm sido complexicadas pelo desenvolvimento dum processo de contestação estudantil, onde o que parece estar em causa é a tensão entre a figua do jovem e a figura do aluno, tensão que assume novos contornos à medida que a alunização se aplica a públicos escolares cada vez mais heterogénios.
Este projecto visa tornar inteligivél o modo comse produzem as lógicas que se entrecruzam na definição dessa conflitualidade.
Do ponto de vista empírico, privilegiar-se-ão dois níveis de análise:
um nível macro que terá por objecto os textos produzidos ao nível da decisão política das reformas do ensino secundário(análise documental) e um nível micro, onde se privilegiará um conjunto de estudos de caso, desenvolvidos eem espaçõs específicos (escolas EB 2/3, escolas secundárias e primeiros anos doensino universitário) com o intuito de promover um diálogo entre o sentido que o campo político atribui ao trabalho escolar dos jovens e o confronto com osentido do mundo da vida destes últimos.
Propondo-se contribuir para que o debate sobre o Ensino Secundário não faça a economia de uma reflexão que articule as diferentes tensões acima assinaladas e a crise da instituição escolar, o projecto de investigação procurará dar uma atenção acrescida às experiências dos diferentes públicos que habitam a escola secundária, contrastando-as com o reforço das tendências de hiperescolarização dos problemas educativos que dissimulam a crise do estado educador. A inteligibilidade dos processos de construção da escola secundária em Portugal implica situar as lógicas das reformas educativas no quadro das mutações provocadas na ordem social da escola na sequência das transformações resultantes do alrgamento da sua base social de recrutamento e das suas dificuldades em assegurar a estabilização do processo de transição do estádio de jovem para o de adulto.
FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia
POCTI/CED/39292/2001
CIIE/Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto - FPCEUP