No âmbito do ciclo de debates "(Re)encontrando sentidos de pesquisa", realiza-se no dia 26 de novembro pelas 18h00 a seguinte sessão:
Título: Descolonizando o conhecimento: Feminismo Decolonial e crítica à branquitude na investigação em educação
Resumo: Em um exercício crítico inquieto, buscamos observar a colonialidade latente que persiste em nosso pensar-fazer investigativo e educativo, levantando questões que abrem espaços de transformação e que confrontem as reproduções de relações de dominação que operam nos nossos modos de produção de conhecimento. Nesse intuito, propomos um diálogo para refletir sobre nossas práticas investigativas e educativas à luz do feminismo decolonial, inspirado em autoras como María Lugones, Catherine Walsh e Ochy Curiel, que denunciam a interseção estrutural entre heteronormatividade, classificação racial e sistema capitalista, ao mesmo tempo em que provocam um repensar pedagógico e metodológico. Nesta linha de reflexão, abordaremos a própria construção da ciência moderna e do conhecimento, refletindo sobre como saber e ciência estão completamente ligados a um poder racial. Essa discussão inevitavelmente nos leva à análise do que sustenta e perpetua esse poder e autoridade racial, resguardando os privilégios brancos: o pacto da branquitude. Fica aqui o ensejo de contribuir para uma produção científica mais justa, plural e horizontal, incentivando a auto-reflexão crítica sobre nossas próprias práticas de pesquisa e sobre as continuidades hegemônicas que insistem nas nossas práxis.
Sugestões de leitura:
Kilomba, Grada (2020). Memórias da plantação: Episódios de racismo quotidiano (Trad. Nuno Quintas). Orfeu Negro.
Cardoso, Nirvana; Pedersen, Marcela, & Silva, Kenia (2024). Pedagogias feministas decoloniais: Contributos para práticas investigativas em educação. Sinergias, 16, 105-117. https://sinergiased.org/pedagogias-feministas-decoloniais-contributos-para-praticas-investigativas-em-educacao/
Silva, Ana Lúcia G., Silva, Zuleide P., & Quiroz, Marilene S. (Orgs.). (2023). Experiências (auto)formativas diarizadas na educação universitária: Pedagogias feministas e epistemologias decoloniais. Pontes Editores. https://ponteseditores.com.br/loja3/pontes-editores-home-2__trashed/ebook/lancamento-e-book/experiencias-autoformativas-diarizadas-na-educacao-universitaria-pedagogias-feministas-e-epistemologias-decoloniais/
Localização
FPCEUP, sala 120
Horário
Data de início: 18:00 - 26 nov 2024
Data de fim: 19:30 - 26 nov 2024
Oradores
Marcela Pedersen – Doutoranda em Educação Artística pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, Bolseira de Doutoramento pela Fundação para Ciência e Tecnologia (FCT, Ref.:2022.10957.BD) e investigadora integrada não-doutorada no Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (i2ADS). Tem mestrado em Ciências da Educação pela FPCEUP, e licenciatura em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista (Brasil). Seus interesses investigativos questionam as possibilidades das práticas de mediação e educação artística enquanto reparativas da história colonial, através de lentes antidiscriminatórias, anticoloniais e críticas à branquitude.
Kenia Silva – Doutoranda em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Bolseira de Doutoramento pela Fundação para Ciência e Tecnologia (FCT, Ref.: 2022.12124.BD). Coordenadora Científica da Rede Internacional de Pedagogia Feminista Negra. Membro da equipe do Projeto de Investigação HERSTORY. Tem mestrado em Ciências da Educação pela FPCEUP. Tem interesse em estudos de gênero, estudos feministas, estudos decoloniais e questões étnico-raciais.
Organização
CoPin PIV - Políticas de Inclusão e Vozes: Diversidade, género e interseccionalidade