Resumo

Dando continuidade e aprofundando o trabalho realizado no Relatório Cibersegurança em Portugal - Sociedade 2020, do Observatório de Cibersegurança, e este estudo sobre o ensino superior e profissional de cibersegurança em Portugal visa ajudar a traçar o panorama tanto no que diz respeito à formação dirigida a profissionais ou futuros profissionais da área, como a outros profissionais que se cruzam com as temáticas da cibersegurança, sobretudo através de disciplinas específicas, no seu percurso formativo. O estudo pretende cumprir os seguintes objetivos específicos: Identificar os cursos superiores e cursos profissionais em cibersegurança, incluindo número de estudantes a frequentar, diplomados, docentes e evolução das dissertações de mestrado e teses de doutoramento, incluindo uma dimensão temporal que permita observar tendências; Caracterizar os cursos superiores e cursos profissionais ao nível dos conteúdos e dos resultados procurando, sempre que possível, comparar com os do ensino em geral de Tecnologias de Informação e Comunicação, em Portugal e internacionalmente; Avaliar as necessidades de docentes, de estudantes e do mercado de trabalho. Com vocação exploratória e de reconhecimento do território que a educação e formação nesta área ocupa no sistema educativo português, o trabalho parte do que é possível saber-se a partir de informação publicada (pelas escolas, universidades, repositórios, agências nacionais e internacionais), procurando também integrar uma perspetiva temporal que ajude a ler as tendências e a projetar o futuro. Desta forma, em linha com a "Estratégia Nacional de Segurança do Ciberespaço 2019-2023", o estudo possibilitará a construção de uma imagem situada da Educação em Cibersegurança em Portugal, contribuindo para o aumento da consciencialização sobre a necessidade de reforçar as competências e os conhecimentos em cibersegurança na educação e formação de professores/as, estudantes, e de diversos atores de toda a sociedade. Este conhecimento e reconhecimento situado implica que se possam conhecer também as perspetivas que agentes-chave têm relativamente à área de formação e à profissão no contexto atual em Portugal. Assim, conhecer as necessidades identificadas por docentes e estudantes, assim como aquelas que são as perspetivas da sociedade civil e do mercado são um complemento essencial. Tendo em conta o tempo limitado, serão privilegiados enquanto interlocutores os/as diretores/as de curso, estudantes membros de coletivos ou associações de estudantes da área, ou representantes de ano, membros de associações empresariais ou de Organizações da Sociedade Civil (OSC) cujo trabalho inclua as questões da cibersegurança. Finalmente, um trabalho mais alargado obriga a olhar para os conteúdos das unidades curriculares e para os resultados dos cursos de cibersegurança, assim como para os conteúdos das unidades curriculares na área que fazem parte de cursos noutras áreas. Este é um trabalho em extensão, mais difícil de conter e para o qual o acesso à informação necessária em tempo útil é mais difícil de garantir. Por essa razão, é um trabalho que, podendo ser iniciado no âmbito deste estudo, irá provavelmente necessitar de um tempo mais alargado para poder ser levado a cabo de forma exaustiva.